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Pivô da 'máfia do apito' move ação contra Globo e busca na Justiça proibição de documentário


Pivô da chamada "máfia do apito", que manipulou resultados do futebol brasileiro em 2005, Edilson Pereira de Carvalho está processando a Globo e a produtora Feel The Match. O ex-árbitro tenta impedir o lançamento de um documentário sobre o caso, previsto para 2025.
Caso, que corre na 52ª Vara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Carvalho entrou com a ação na última quinta-feira (5) e o juiz do caso foi escolhido na segunda-feira (9).
Em seu pedido, Carvalho cobra direito de imagem e alega danos morais. Segundo ele, a emissora pretende recontar erros e voltar a manchar sua imagem perante a opinião pública. O ex-árbitro entende que já foi punido e que não é uma pessoa pública.
Na ação, ele também alega que não autorizou qualquer produtora ou mesmo a Globo a usar sua imagem no documentário.
Ainda não há uma previsão de quando o caso será julgado pela Justiça do Rio.
Carvalho pede R$ 1 milhão de indenização por danos morais e materiais, caso o documentário vá ao ar. A produção é da Feel The Match, de Bruno Maia, a mesma que fez "Romário, O Cara" para a plataforma de streaming Max.
Procurados, os advogados de Edilson Pereira de Carvalho não responderam aos contatos. A Globo e a Feel The Match disseram não comentar casos judiciais.


O QUE FOI A MÁFIA DO APITO?


"Máfia do Apito" foi o nome dado a uma série de denúncias que mostravam que jogos do Campeonato Brasileiro das séries A e B haviam sido manipuladas pelos árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon.
Um grupo de investidores havia negociado com Carvalho, então integrante do quadro de árbitros da Fifa, para garantir resultados em que havia apostado em sites ilegais.
Ao longo das investigações, descobriu-se a participação também de Danelon no esquema.
Após investigações, ambos foram banidos do futebol e, depois, denunciados pelo Ministério Público por estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
A ação penal foi suspensa em 2007 por ordem do desembargador Fernando Miranda, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Em agosto de 2009, o mesmo magistrado e outros dois colegas determinaram o "trancamento" da ação penal, entendendo que os fatos apurados não comprovavam o crime de estelionato. A decisão encerrou, na área criminal, a investigação sobre a suposta quadrilha.
Na seara do esporte, os 11 jogos apitados por Edílson no Brasileirão 2005 acabaram anulados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Luís Zveiter, então presidente da corte, alegou que a anulação ocorreu para remover completamente a participação do árbitro no Brasileirão e que o objetivo era restaurar um pouco do prestígio da disputa.
O campeão daquele ano foi o Corinthians, que terminou três pontos à frente do segundo colocado, o Internacional. Se os resultados originais dos jogos tivessem sido mantidos, o Internacional poderia ter sido campeão, algo que faz a torcida gaúcha reclamar até hoje.

https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/outro-canal/2024/12/pivo-da-mafia-do-apito-processa-globo-tenta-impedir-documentario-e-pede-r-1-milhao.shtml

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